Acordei hoje, meditei e continuei em dúvida a respeito do meu rumo na vida, por conta do Ano Novo.
Todos os anos nos fazemos promessas e estabelecemos metas, não? Eu também. Neste Ano Novo, porém, decidi estabelecer duas metas aparentemente simples: 1.me conhecer melhor para me amar incondicionalmente e 2.meditar todos os dias –reiterando: TODOS os dias–inicialmente por 15 minutos, até chegar a 1 hora por dia.
Outras metas que já tentei me trouxeram apenas, no final das contas, uma grande ansiedade por conta de prazos, formas de ação e coisas do gênero pré-fixadas que, confesso, parecem não funcionar muito bem comigo. Sou geminiana e DDA — são minhas “desculpas”, ainda, para dizer que eu gosto de fazer as coisas do meu jeito, que basicamente envolve muita paciência comigo (DDA), a possibilidade de mudar de ideia no meio do caminho (geminiana), e muita, muita honestidade comigo mesma (os dois!). Auto-honestidade, já ouviu falar? Pudera, acabei de inventar…
Pois bem, acordei, meditei e fiquei em dúvida se casava ou comprava uma bicicleta. Aquela velha dúvida que aflige a muitos, e que envolve duas categorias aparentemente opostas de conceitos, tal como sempre me pareceram sugerir: a escolha entre a prisão do casamento e a liberdade da livre locomoção (particularmente não concordo nem com a primeira analogia ou a segunda , mas este não é o ponto aqui, não é mesmo?). O fato é que estava em dúvida entre aspectos de vida que me pareciam “opostos”, ou distantes entre si.
Veja como são as coisas: conversei a respeito com uma amiga, que me deu alguns toques fantásticos, do tipo: você não precisa escolher entre X e Y…não pode ter os dois? Sim, por que não? A gente não pode casar E TAMBÉM comprar uma bicicleta? Qual é a lógica dessa dicotomia? A gente não pode estar casada e ainda assim ter a liberdade de locomoção? Parece que essa é uma lógica muito, muito ultrapassada, não acha?
Sim, fiquei confortável com o pensamento de ter as duas coisas. Pode dar um pouco de trabalho, mas prefiro pensar que pode ser bem simples mantê-las conjuntamente. E fiquei assim, confortavelmente na mesma.
No entanto, ao abrir um email, deparo-me com uma mensagem de uma outra amiga que me apresentava uma entidade denominada Kuthumi Lal Singh, em que ele postula o que costuma considerar como uma de suas afirmações favoritas:
Quando em dúvida, escolham a experiência.
Como assim? Eu também me perguntei, assim que o li.
E ele explica que é bem simples: a gente se defronta com situações em que nos parece sempre que temos que optar por algo, todos os dias, e acabamos ficando com um certo medo de optar errado; a gente sonha com os possíveis resultados de cada escolha e geralmente somos tendenciosos a respeito daqueles resultados não tão esperados, temidos ou mais dramáticos, e assim, nada fazemos, ficamos inertes, incapazes de efetuar uma escolha, já que não estamos seguros dos resultados. E então ele conclui:
Eu compreendi há muito tempo que a coisa mais importante que vocês podem fazer é procurar a experiência. O que vocês têm a perder, afinal – a sua vida? Vocês já estão se preparando,não? Hum, isto é que é humor!
Pode parecer um tanto “bizarro”, mas realmente essa entidade me abriu a cabeça para o medo das escolhas erradas . Mesmo porque, se você pensar bem, não existem escolhas erradas, existem caminhos, experiências que nos enriquecem de uma forma ou de outra. Temos medo da morte? Mas como, se estamos nos preparando para ela, desde o dia em que nascemos?
Qualquer experiência — mesmo aquelas em que corremos um risco qualquer— vale mais do que a morte da estagnação.
E resolveu-se a minha dúvida!
E você? Topa pensar nisso?
Flávia Criss
Foto: Dearoot