Um outro exemplo da intensidade com que o corpo incorpora as crenças mantidas na mente ao longo do tempo e do espaço é dado pela história de uma mulher distinta, bem vestida e fina, com muitos problemas físicos sérios que veio me procurar para aconselhamento. Ela levou vários minutos para relatar seu caso clínico de vinte anos.
Tinha feito terapia mais de uma vez e também estava satisfeita por ter recebido bom tratamento médico. Mas ela nunca encontrara uma resposta satisfatória para a pergunta subjacente que a trouxera até mim: “Por quê?”
Quando entrei em sintonia com ela, imediatamente vi um impresso feito em computador de dezenas de vidas com seu atual marido. Eles haviam tido todos os tipos concebíveis de relacionamento: mãe e filho, patrão e empregado, irmão e irmã, marido e mulher, e assim por diante. O único denominador comum era que cada relacionamento havia sido repleto de competitividade, ciúme e inimizade. Enquanto eu olhava para essa lista de relacionamentos negativos, a própria lista desapareceu e eu vi uma bola preta em movimento, tendo em sua superfície a inscrição da palavra ódio.
Meu eu observador ficou imaginando como é que eu ia dizer àquela mulher encantadora que ela estava sofrendo de ódio a longo prazo que se havia concretizado no seu corpo. Mas eu não posso rezar para ter visões e depois dizer ao Espírito: “Obrigada, mas prefiro outra, por favor.” Então tomei um bom fôlego e lhe contei, com a maior delicadeza possível, aquilo que tinha visto, assegurando-lhe que ela própria poderia decidir se minha visão tinha algum significado para ela. Sua serenidade se dissipou. Ela caiu em pranto e disse: “É verdade, é verdade. Eu o odeio. Sempre o odiei e nunca entendi por que me casei com ele.”
Ela tinha se casado com ele porque se sentira compelida a fazer isso — o ódio procura o seu objeto, tanto quanto o amor. Sentia por ele, ao mesmo tempo, atração e repulsão. Viver num estado tenso de ambivalência estava literalmente envenenando o seu corpo com ódio. Para ser curada, a alma procura o equilíbrio e o restabelecimento de sua natureza afetiva. O corpo carrega na memória, de uma vida para outra, o ressentimento que não foi liberado.
A reencarnação hoje
Até há bem pouco tempo, o legado dos cientistas que buscavam o conhecimento da consciência nos tempos remotos ainda não estava inteiramente disponível para nós. A maioria deles trabalhava em segredo. Mas tudo isso está mudando, e esses tesouros agora estão se difundindo na consciência do público. Além disso, os cientistas da física no mundo todo estão dirigindo suas mentes e seus laboratórios para o estudo da consciência — inclusive para o estudo da reencarnação.
O dr. Ian Stevenson, da Universidade de Virgínia, autor de Twenty Cases Suggestive of Reincarnation [Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação] tem sido um dos pioneiros a submeter esse antigo ensinamento espiritual à moderna investigação científica. Além do mais, nossa compreensão de como a consciência cria a experiência ou mesmo de que modo ela cria a matéria, cresce à medida que a física quântica explora o espaço, o tempo e realidades múltiplas e alternadas.
Nos Estados Unidos, a reencarnação geralmente é tratada como um candidato à eleição, algo do tipo “ame-a ou deixe-a”, uma espécie de diversão alegre e excitante.
Ela até parece, de algum modo, constituir uma ameaça para algumas pessoas. Por quê? Talvez isso seja tão simples como o desenho de “Frank e Ernest”, cuja legenda dizia: “Eu sei que nunca vivi antes, senão não estaria tão confuso desta vez.”
Por acaso, aceitar a reencarnação significa aceitar que nenhuma equipe de salvamento virá para acabar com todos os problemas do mundo? A equipe de salvamento, os mestres e os professores já chegaram muitas e muitas vezes — e continuam chegando para nos mostrar como transformar o nosso mundo, o individual e o coletivo. Por acaso faz parte do medo o fato de que devemos encarar e transformar nossos demônios pessoais, criados por nós mesmos, e depois trabalhar com os outros para transformar nossa loucura coletiva? Será possível que tenhamos mesmo de levar a sério Jesus, Buda, Krishna e todos os outros seres iluminados, e encontrar nossos caminhos através da “porta estreita”, e não simplesmente ficar seguindo atrás de seus mantos, mantendo intactos os nossos preconceitos?
Nossa jornada através do processo de transformação é tornada mais clara pelos seres iluminados em todas as culturas que têm abençoado este planeta.
Sobrepujando todas as armadilhas do mundo, eles acreditaram e depois se transformaram na crença. Eles se tornaram mestres superando todos os obstáculos
com que você e eu nos deparamos. E pelas suas vidas eles nos ensinam que podemos fazer e faremos a mesma coisa. Suas lutas e triunfos impregnaram a mente coletiva com radiações tão claras e poderosas, que nos permitem encontrar nosso caminho para casa mais facilmente. Co-criando com o universo, eles amplificam o plano evolucionário e nos servem.
As 7 Etapas De Uma Transformação Consciente, p. 94
Foto: NoPro2009