A energia negativa – toda a energia negativa – vem apenas de um lugar: os nossos “não quereres”. Às vezes chama-se culpa; outras vezes chama-se medo, ou censura ou inquietação, ou dúvida. Mas por agora, para não cairmos nas banalidades dos psiquiatras, vamos chamar-lhes de “Coisas Que Não Queremos”.
Por mais que nos custe acreditar, a maioria de nossos pensamentos – e, logo, sentimentos – diários são sobre coisas que não queremos: grandes e insignificantes, aqui e ali, agora, no passado, e no futuro. Esse tipo de pensamento não tem fim, e são, na sua maioria, automáticos e inconscientes, bem como terrivelmente limitadores.
Ora veja: Não queremos dirigir para o emprego com mau tempo.
Não queremos chegar atrasados ao trabalho.
Não queremos desagradar o chefe.
Não queremos que a seca continue.
Não queremos comprar carne de má qualidade.
Não queremos parecer mal.
Não queremos que façam mal a nossos filhos.
Não queremos apanhar uma gripe.
Não queremos ser despedidos.
Não queremos esperar numa longa fila.
Não queremos levantar-nos de manhã.
Não queremos mais contas.
Não queremos viver num clima tão frio.
Não queremos que o semáforo fique vermelho.
Não queremos divorciar-nos.
Não queremos ser reprovados no teste. Etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc.,etc, etc.
É óbvio que uma ou duas coisas aqui listadas não passam de escolhas que fazemos num dado momento, e por isso não nos vão despertar grande emoção, nem, como tal, nos causarão grandes danos. Mas, por mais inconseqüentes que os restantes itens possam parecer, isso eles não são certamente. Se concentrar sua atenção em qualquer um deles durante algum tempo, vai tê-lo à sua frente antes de perceber o que lhe aconteceu.
Pior ainda, o poder coletivo dos Não Quereres pessoais, conscientes ou inconscientes, que nós vomitamos energeticamente ao longo do dia, torna-se a mistura de vibrações que constitui o nosso mundo individual. Quer gostemos, quer não, essa mistura é quase sempre negativa.
Vejamos, por exemplo, a quantidade de velhas teias de aranha de nosso passado, os nossos “se pelo menos”.
Se pelo menos tivesse tido outros pais.
Se pelo menos tivesse ido para a universidade.
Se pelo menos não me tivesse casado com aquela pessoa.
Se pelo menos eu tivesse aceito aquele emprego.
Se pelo menos não tivesse mudado de faixa.
Se pelo menos, se pelo menos, se pelo menos…
Os “Se Pelo Menos” não passam de formas pretéritas dos Não Quereres. “Eu não queria ter tido aqueles pais”. “Eu não querias ter de andar à procura de emprego sem habilitações”. “Eu não queria um casamento infeliz.” “Eu não queria um emprego tão mal pago.” “Eu não queria ter um acidente, mas mudei de faixa.”
E depois vêm todos aqueles Quereres Negativos traiçoeiros, que não passam de coisas que “Não Queremos”, disfarçadas.
Quero ficar bem.
Quero pagar as dívidas.
Quero perder peso.
Quero deixar de fumar.
Quero que meu casamento destroçado se componha.
Quero que meu cônjuge arranje um emprego melhor.
Pode pensar que está a ser positivo ao não proferir nenhum “Não Quero”, mas em que é que você está realmente concentrado? A verdade é que sua atenção está fixa precisamente no que Não Quer mais na vida. E uma vez que nós obtemos aquilo em que estamos concentrados… voilá!Isso aí vem ao seu encontro.
Longe de mim discordar quando você protesta que não é uma pessoa negativa. Ainda bem que a maioria de nós não é como o padre Fred. Nós gozamos a vida o melhor que podemos.
Entusiasmamo-nos perante um pôr do Sol. Devolvemos à água os peixes pequenos que apanhamos. Ficamos contentes quando um amigo é promovido. Rimo-nos das piadas sem graça dos nossos filhos. Gostamos de sair à noite à sexta-feira. Orgulhamo-nos dos nossos feitos. Damos crédito a quem o merece. Fazemos o possível por trazer a alegria à vida dos outros, bem como à nossa.
E, apesar disso, o foco de atenção constante na nossa vida tem sido o que Não Queremos. Não queremos ter de trabalhar tanto, não queremos ter uma avaria no carro, não queremos isto e não queremos aquilo o tempo todo, o que só magnetiza mais daquilo que nós não queremos.
Suponhamos que qualquer coisa no emprego que não lhe agrada, ou que tem um carro velho, ou um parceiro que lhe anda a beber muito. E suponhamos que você pensa nestes Não Quereres uma e outra vez. Bom, de cada vez que regressa a este assunto e lhe acrescenta mais dezesseis segundos carregado de emoções, não só está a fazer com que ele cresça e se torne mais poderoso, está também a fazer com que seja muito mais fácil pensar nele. Bravo!
É como se estivesse a desbravar caminho na selva, você desbasta um bocado, depois desbasta mais outro, e em pouco tempo tem aberta uma estrada que pode percorrer para trás e para diante. E é isso o que você faz. Sem mudar de assunto! Você pensa, e pensa, e volta a pensar, até o ponto em que é tão fácil pensar nisso que você não o consegue tirar da cabeça. E quando der por isso, a coisa que você não queria que acontecesse… Aconteceu!
Se não deseja – mesmo muito – que lhe roubem o carro novo, está seguramente a habilitar-se a atrair uma vibração correspondente chamada “assalto no estacionamento”.
Se não deseja – mesmo muito – que a casa ao lado seja ocupada por vizinhos desagradáveis, está a candidatar-se a atrair umas bestas com cães que não param de ladrar, e a fazer com que fiquem por lá.
Se não deseja – mesmo muito – ter mais problemas com as contas, esses problemas vão de certeza piorar.
Se não deseja – mesmo muito – passar as férias sozinho… Pronto! Acho que já percebeu.
O que quer que você inclua nas suas vibrações durante dezesseis ou mais segundos vem na sua direção, quer queira ou quer não. Por isso, quando está a falar de todas as coisas que não deseja, e a enviar dezesseis segundos do sentimento de cada vez que fala de uma delas, essa coisa tornou-se agora uma parte de si, parte de suas vibrações diárias. Muito em breve estará a vivê-la… A não gostar nada… A vibrar dessa forma… A falar sobre ela… A queixar-se dela… A remoer nela… E a fazer com que se torne uma vibração ainda mais forte e mais próxima da sua vibração diária do que era inicialmente. Você está a vibrar com a própria coisa que não deseja.
Agora essa coisa não o pode abandonar. Faz parte de si. Por mais que se queixe dela ou que se inquiete por sua causa, ela não o abandonará! Está agora incluída na sua vibração diária. E quanto mais a viver, quanto mais concentrar nela a sua atenção, quanto mais cismar nela, mais forte se torna a sua vibração para se assemelhar e atrair essa coisa de que você tanto deseja libertar-se.
Ainda Há Mais…
Há outro problema. Lembra-se de como, ao fazer soar um diapasão num compartimento, todos os outros diapasões que possuem a mesma freqüência correspondente soam também?
Acontece o mesmo com os pensamentos. À medida que pensa mais e mais sobre alguma coisa, não só está a atrair mais daquilo em que estiver a pensar, está a chamar e a arrastar para si – TODO o resto – que esteja a vibrar numa frequência semelhante.
Os resultados podem ir de uma forte gripe à sua demissão, mesmo quando aquilo em que você estava realmente a pensar era a falta de dinheiro para compor o telhado. Agora, subitamente, está a receber uma série de lindos embrulhos-surpresa com a mesma vibração do seu Não Querer – que não são as mesmas coisas, mas são de igual modo indesejáveis.
Ao pensar num deles, está a enviar um convite a tudo o resto que esteja a pulular na mesma vibração. Desde que essas coisas possuam uma vibração correspondente, poderão ser suas, quer você tenha se concentrado nelas ou não.
Nunca reparou que quando uma coisa começa a correr mal, tudo o resto segue o mesmo caminho? Isso acontece porque as vibrações que você está a enviar se associam a toda uma série de coisas que vibram no mesmo comprimento de onda. Ao pensar sobre essa coisa uma e outra vez, você cria uma espiral de pensamentos que se torna agora consideravelmente maior, com sabe-Deus-que-mais a rodopiar em torno do seu centro magnético, e que vem na sua direção.
Se, por exemplo, pensar o tempo suficiente sobre o quanto detesta o emprego, acaba com um amassão no carro, com o banheiro entupido, perde as chaves, sua geladeira quebra, e dá uma topada. Tudo por pensar uma e outra vez sobre um “Não Quero”… o seu emprego….que, a propósito, lhe é agora muito mais desagradável do que era antes.
Os Não Quereres podem ser monstruosos ou triviais, mas, seja como for, quer estejamos concentrados em apenas um, quer nos concentremos em cento e um, existem correntes negativas a fluir de nós que, seguramente, não vão magnetizar nada que se pareça com alegria. Não podem. Encontram-se numa freqüência completamente diferente.
E é assim, nesse círculo vicioso, que nós existimos; apenas isso, apenas existimos, mantendo-nos à distancia das energias altas do bem-estar excitante que são o nosso estado verdadeiro, e um direito absoluto e irrefutável.
Duas coisas estão certas: 1)Pense algum tempo sobre algo que não quer, e irá atraí-lo ou ser atraído por ele, e 2) Pense num Não Querer com alguma espécie de sentimento, e automaticamente atrairá outros acontecimentos desagradáveis com freqüências semelhantes.
Sincronizado ou Dessincronizado
Então, o que havemos de fazer em relação a isto? Como vamos mudar? Certamente não podemos estar atentos a tudo o que dizemos ou pensamos o dia inteiro.
Não se preocupe, não custa tanto assim. Basta que regressemos ao nosso gênio mágico, os sentimentos, e aprendamos a identificar o que sentimos ao fluir energia “deste tipo” ou “daquele tipo”, e aprendamos a reconhecer quando nos sentimos em baixo, ou alegres, mal ou bem, incapazes de sentir seja o que for ou verdadeiramente felizes.
Mas regressemos agora por um momento às vibrações. Tudo no Universo responde às vibrações; é a lei. E para nós, aqui neste planeta, isso aplica-se ao tato, ao cheiro, à cor, ao sabor, à audição e… às emoções.
Quando sentimos alegria, ou paixão, ou amor, ou qualquer outro tipo de felicidade extrema, esses sentimentos são a forma como interpretamos determinado tipo de vibrações. No reverso da moeda, quando temos sentimentos de ansiedade ou culpa, ou ressentimento, também eles são interpretações de vibrações. E não esqueça a razão porque uns nos fazem sentir melhor que outros; uns estão perto da nossa origem, os outros não.
Todos nós somos extensões físicas de mais, muito mais do que aquilo que vemos, extensões de um Ente não-físico muito mais vasto –a nossa energia original – que simplesmente está a se expressar, nesse momento, num corpo humano. Quando vibramos em sincronia com essa energia, sentimo-nos bem. E vice-versa: quando nos sentimos em baixo, é porque estamos a vibrar dessincronizados dessa energia pura, positiva.
Os Não Quereres significam que estamos dessincronizados. Quando olhamos para algo e dizemos “Eu não quero isto”, acontecem duas coisas.
Em primeiro lugar não há forma possível desse Não Querer se ir embora, porque o estamos a manter nas nossas vibrações pelo simples fato de lhe estarmos a prestar atenção. E em segundo lugar, sentimo-nos mal, em baixo, deprimidos, nada de especial, ou com qualquer outro sentimento que nada tem a ver com felicidade.
Assim, quanto mais sincronizados estivermos com a nossa energia original, melhor nos sentimos. Coloquemos a questão de outra forma: sentirmo-nos bem é natural, mas é algo que para nós não é normal nesse momento. Tudo o que está abaixo disso é antinatural, e, tristemente, bastante normal para nós nesse momento.
Lynn Grabhorn, Com licença, sua vida está esperando. pp. 29-32. Tradução de João Francisco Carvalhais. Revisão de Flávia Criss, Mai/2010.
Acredito nas vibraçoes, mas, as vezes é dificil de controla´-las, gostaria de um treino para isso.
Oi Billy!
Bem, a sua questão está bem ampla, estou tentando imaginar o que vc deseja…talvez o exercício abaixo possa te ajudar.
http://meumelhormododeser.com.br/2011/03/23/exercicio-1-magnetizacao-geral/
Se não for bem isso, poderia me explicar melhor?
Obrigada e um abraço!