Quem é o Primeiro?
Nos anos quarenta, a adorada dupla cômica formada por Abott e Costello tinha um número que deitava sempre a casa abaixo e que acabou por tornar-se um clássico. Tratava-se de “Quem é o Primeiro?”, que começava mais ou menos com:
– Sim, Quem é o Primeiro.
– Bem, se Quem é o primeiro, então quem é o segundo?
– Não! Quem não é o segundo, é o primeiro e o Quê é o segundo.
E iam dando voltas e mais voltas, até toda a gente rir até as lágrimas. Ainda hoje eu rio às gargalhadas de cada vez que vejo uma reapresentação na televisão.
Bom, o paradoxo em que nos vamos envolver agora parece tão maluco como o “Quem é o primeiro?” Ora veja:
Se eu pegar em todos os meus Não Quereres – que me fazem sentir mal – e os transformar em Quereres – que é suposto fazerem-me sentir bem – , acabo ainda assim por ficar com algo que sei que não tenho – o que certamente não me faz sentir bem – e com algo que provavelmente nunca conseguirei – o que me faz sentir ainda pior do que quando comecei esta coisa tola!
Ah, é uma situação difícil, porque se o tivesse, não o desejaria.
Como tal, o próprio ato de querer arrasta consigo a implicação óbvia de que certamente não o tem, e se não o tem, porque diabo se há-de sentir-se bem até o obter?
Não pode! Pelo menos enquanto continuar a querer as coisas da maneira antiga.
O dilema tem origem no fato de nós pensarmos que o fardo de obter o que queremos está somente entre nós, que somos nós que temos que arranjar maneira de o conseguir, de arranjar dinheiro para o comprar, de preparar o terreno, de o fazer acontecer. Chegados a esse ponto, os nossos pensamentos seguintes são normalmente algo como “Que diabo, isso não é possível”, o que invariavelmente nos faz parar de querer. Uma decisão fácil, vinda diretamente da nossa velha forma programada de pensar .
A Chave
A chave para obter os seus desejos mais sublimes – sem restrições – é encontrar uma forma de se sentir bem em relação àquilo que Quer: não ansiar por isso, não se angustiar com isso, não se inquietar com isso, não suspirar com isso, nem se sentir desanimado com isso, apenas sentir-se bem com isso. (Lembre-se, a necessidade vem do medo, o desejo da excitação. Estão em extremos opostos na escala das vibrações).
Estamos perante este dilema. Nós realmente queremos o que normalmente nos faz sentir mal porque não só não temos o que queremos, como não fazemos ideia de como o obter.
A solução? Mude o sentimento!
Quando quiser alguma coisa, fixe seus pensamentos nesse Querer até que uma espécie de sentimento venha: qualquer um, bom ou mau, Bandeira Vermelha ou Bandeira Verde, não importa.
A seguir, sintonize-se com este sentimento. Se você se sentir em baixa, em vez de animado, desencorajado em vez de excitado, é porque está a pensar em não ter e não em ter. Está a pensar na falta daquilo que quer.
Por outro lado, se sentir o mais leve entusiasmo, ou um formigamento agradável, está no caminho certo.
Todo o processo da criação intencional passa por DESLIGAR os pensamentos daquilo que não queremos, e LIGAR os pensamentos àquilo que queremos, e mantê-los assim. Chegados a esse ponto, a nossa tarefa é encontrar formas de nos sentirmos bem em relação a esses Quereres em vez de nos sentirmos péssimos porque eles não estão à nossa vista e parece não haver forma de se materializarem.
Por isso, a questão é: como passar de desanimados para animados de cada vez que pensamos sobre um Querer, porque, assim que estivermos bem, as nossas vibrações irão sobrepor-se a todos esses sentimentos negativos que temos quando estamos concentrados na evidência de que o nosso Querer não estar perante nós.
Ganhando Ânimo
Nós já sabemos que o truque para transformar um Não Querer num Querer é encontrar formas de nos sentirmos esplêêêêêndidos em relação ao que Queremos, em vez de nos sentirmos desencorajados. E não faz diferença se for um desejo antigo há muito fechado no sótão, ou um desejo novinho em folha — o processo é o mesmo.
Eis então a maneira de nos sentirmos bem – estupendos, na verdade – em relação a uma coisa que não temos, ou pensamos ser impossível de obter, ou julgamos não merecer, ou para a qual não teremos nunca dinheiro, e que, ainda por cima, é demasiado complicado para um cérebro cansado descobrir a maneira de obter. Esta é a componente mais importante da Lei da Atração que é uma garantia para atrair os Quereres em vez dos Não Quereres:
Assim que souber o que quer, terá de encontrar uma forma de SENTIR A PARTIR DO LUGAR desse Querer, e, ao mesmo tempo, não sentir a partir do lugar de quem não o tem.
Em outras palavras, siiiinta (anime-se com) como seria nadar (se não o sabe fazer), em vez de se sentir envergonhado quando todos menos você correm para a água.
Siiiiinta-se (anime-se com) no seu novo emprego, em vez de se queixar constantemente – e de se sentir encurralado – no emprego que tem neste momento.
Siiiiinta-se (anime-se com) o orgulho pelos seus bons resultados, caminhando para o palanque para receber o canudo, mesmo se as aulas ainda nem começaram.
Siiiiinta-se (anime-se) sobre o que gostaria que o seu companheiro fosse, e o bom que será viverem juntos.
Siiiiinta-se (anime-se com) o que será ter um avião só seu, e com a alegria e o orgulho de poder transportar os amigos e a família a todo o lado.
Agora você está a vibrar harmonia com o seu Eu mais elevado e os seus desejos são exultantemente incluídos nas suas vibrações, magnetizando, tornando-se maiores de cada vez que você seeeente o quanto eles são reais em períodos de dezesseis segundos.
Você libertou-se das vibrações negativas da consciência social para viver – e vibrar – nas únicas energias capazes de atrair o que Quer, as freqüências mais elevadas e sagradas do Bem-Estar.
Uma vez nesse lugar, você e o seu Querer estão literalmente a saltitar em harmonia. Em vez de agitar Bandeiras Vermelhas e de saltitar em harmonia com a ausência do seu desejo (o que significa que você estaria a atrair mais ausência), você está a agitar Bandeiras Verdes de Bem-Estar e a saltitar em harmonia com a idéia de o ter, mesmo que “isso” ainda nem sequer exista.
Desde que não passe muito tempo a afligir-se com a razão porque “isso” ainda não se tornou realidade, essa vibração alta de felicidade animada, incandescente, excitante, que você sente quando pensa como será possuir este desejo, acabará por fazer com que ele se materialize perante si.
Basta apenas isso, ter sentimentos bons, esse elemento importantíssimo na vida que nós, enquanto espécie, parecemos ter esquecido que devemos adotar como dieta regular.
As Razões para Querer
Para ajudar um Querer a ser magnetizado, temos de nos entusiasmar de forma a podermos tê-lo: vamos falar sobre os “porquês” de querer alguma coisa.
Saber o que queremos é essencial, mas são os Porquês que carregam as suas baterias e que põem os fluidos em movimento.
É como perguntar a alguém que seja doido por comer bifes mal passados, por que razão gosta deles assim. Ele inclinará a cabeça para trás, fechará os olhos e entrará na terra dos sonhos à medida que descreve os sabores, saboreia os sucos, explora a textura, e sucumbe ao aroma estonteante. Aí está o sentir-se bem e vibrar bem, tudo por causa de uma simples questão: “Porquê?”
À medida que pensa sobre todos os Porquês de querer alguma coisa, os seus sentimentos começam a associar-se a esta coisa. Sente mais entusiasmo, mais paixão. E está a criar muito mais intervalos de dezesseis segundos em que flui energia altamente carregada e magnética em direção a esta coisa, ao contrario do que acontece quando se limita a disparar: “É isto que eu quero.”
Por isso, afirmar os seus Porquês, está a dar a esse Querer um empurrão extremamente importante. Tal como quando seu carro fica sem bateria, enquanto não a carregar, o seu carro não sairá do lugar. Sem carga não há viagem; se não tornar o seu Querer excitante, não haverá magnetismo; sem magnetismo não o obterá.
Porque…Porque…Porque
Num dos meus seminários de fim de semana, houve uma moça que fez uma intervenção,dizendo:
-Muito bem, agora compreendo que tenho estado concentrada na ausência do meu sonho, mas apenas consigo descobrir um Porquê…
– Ora bem, o que é que você quer?
– Quero uma casa de Veraneio junto ao mar. – (Zero entusiasmo.)
– Porquê?
– Porque detesto ficar fechada em casa durante o Verão. (Olha, olha, um “Não Quero” dos grandes. Voltei a perguntar-lhe porquê.)
– Porque é que não quer ficar fechada em casa no Verão?
– Porque gosto da sensação de ócio e relaxamento que uma casa de Veraneio me dá. E da liberdade, sim, gosto da liberdade.
– Bravo! Está a começar a entrar no espírito; continuemos. Porquê é que gosta da liberdade?
– Faz-me sentir bem…e feliz. É verdade! Lembro-me de me sentir muito feliz em criança em nossa casa de Veraneio. Era uma sensação maravilhosa.
-Agora estamos no bom caminho. Conte-me mais: como é a sua casa de veraneio?
– Bem, é uma vivenda cinzenta em Cape Cod, um pouco maltratada pelos anos, mas muito acolhedora. E tem um rebordo branco. Ah, como adoro a vivacidade daquele rebordo branco.
– Mais. Fica perto do mar?
– Oh sim, mesmo nas dunas.
– Porque razão deseja estar tão perto da água?
– Oh, por ser tão calmante, mesmo quando está mau tempo. Faz-me sentir verdadeira, viva. Lá consigo pintar, e ver o por do Sol, e perder-me na imensidão de tudo aquilo e, bom, tudo em mim parece ganhar vida junto ao mar.
Sim! Finalmente aquela moça estava a pegar o touro pelos chifres!
A sua energia estava em marcha e as freqüências das suas vibrações estavam a tornar-se cada vez mais altas, carregando magneticamente o pensamento naquele Querer, que crescia de cada vez que voltava a pensar nele. Eu continuei a perguntar-lhe porquê, e ela continuou a dizer-me porque… porque… porque. E a cada porquê, as freqüências das suas vibrações estavam a tornar-se cada vez mais altas, carregando magneticamente o pensamento naquele Querer, que crescia de cada vez que voltava a pensar nele.
Eu continuei a perguntar-lhe “porquê” , e ela continuou a dizer-me porque… porque.. porque. E a cada porque, as freqüências da vibração dela iam crescendo mais e mais…. Esta “coisa” estava agora a tornar-se uma parte dela, incorporada nas suas vibrações.
Pergunte a si mesmo repetidas vezes porquê quer alguma coisa, e continue a perguntar, e a perguntar, e a perguntar, mesmo quando julgar já não ter respostas. Depois, em pouco tempo, estará na terra dos sonhos, sentindo-se ma-ra-vi-lho-sa-men-te, exatamente como precisa se sentir para magnetizar essa coisa.
Agora sim! Eis a forma como você deve reunir toda a sua força de vontade para permanecer nessa vibração o máximo de tempo que conseguir, talvez durante meia hora ou mesmo o dia inteiro. Mas se forem apenas uns minutos, tudo bem, isso é o suficiente para iniciar a espiral de energia.
Lembre-se, você precisa apenas de dezesseis segundos para conseguir que o mesmo tipo de pensamentos vibráteis se agrupem num vórtice de energia, em seguida, de outros dezesseis segundos, e mais outros, e mais outros. Se escorregar para um pensamento do gênero “Esquece, não passa de um sonho impossível” a meio da subida, basta que mude de vibração pensando em algo que o faça sentir-se bem, ponha o seu motor de novo a rugir, e rapidamente se sobreporá à Bandeira Vermelha que é essa vibração.
Nunca se esqueça, o Universo não nos dá aquilo de que falamos, ou o que merecemos, ou o que estamos destinados a obter. O Universo dá-nos precisamente – e apenas – aquilo que estamos a vibrar a cada momento de cada dia. Nada mais, nada menos.
Antes de você se dar conta, o Universo começa a responder às suas vibrações com pequenos sinais aqui e ali, incríveis pequenas “coincidências”, todas as peças mágicas necessárias para materializar o desejo. Elas vão surgindo, surgindo e surgindo até estar tudo no lugar certo, consigo exatamente ao centro, vivendo o seu sonho “impossível”.
Mas tem de o provar, de o sentir, de o cheirar, e de se babar sobre ele para que aconteça. Tem de falar dele até se sentir a vivê-lo, e em seguida, mais um bocado até que esses sentimentos excitados, o elemento fundamental, venham até si com a maior das facilidades.
Lynn Grabhorn, Com licença, sua vida está esperando. pp. 40 a 44. Tradução de João Francisco Carvalhais. Revisão de Flávia Criss, Mai/2010.
muito bomm, adorei.
Obrigada!!
Obrigada Noeli! Um beijo.