Deus nunca pediu sacrifícios!

Apenas as armações do homem dos primórdios poderiam ver esse mandamento sacrificatório como verdadeiro. Muitas religiões antigas sustentaram a existência de um deus de destruição. Esse conceito nasceu da mentalidade de um raro grupo consciente de humanos no surgimento do tempo. Essa era da existência humana foi preenchida com a escuridão da sobrevivência e os perigos da percepção primitiva.
O Antigo Testamento conta a história de Abraão, na qual Deus pede a ele para destruir seu filho como um teste
de lealdade e obediência a ele.

Um Deus todo-poderoso não teria a necessidade de testar Abraão. Essa é uma história de um ser inferior e mais inseguro. A situação, exigindo uma personificação de uma personalidade profana, demandando violência e morte em nome de Deus poderia vir somente da mente de um homem.

Por que Deus iria exigir a destruição de sua própria criação?
Ninguém nunca saberá como essa história de Abraão realmente aconteceu. Teria sido imaginação de um homem
velho e confuso, achando que Deus conversava com ele?
Mesmo o que sabemos sobre ele vem de fontes secundárias.
Sua história foi certamente de acordo com o seu tempo – não com o nosso.
Algumas versões dessa história relatam que Deus queria que Abraão provasse seu “amor” por ele.

O teste era que Abraão devia mostrar que amava a Deus mais do que a seu filho, matando o objeto conflitante da afeição de Abraão.

Se foi obediência, amor, lealdade ou alguma outra coisa, acabou alimentando o demônio da negatividade que continua a nos espreitar ainda hoje.

Mesmo entre nós, usamos essa arma da “prova” em nossos relacionamentos. “Se você me ama, você vai…”
Toda a nossa raça humana está poluída com o veneno psicogenético do amor quantitativo e “comparativo”. Ninguém
poderia amar a duas pessoas exatamente da mesma forma, devido ao repertório da Alma infinita que assombra nossos relacionamentos com projeções e associações únicas entre duas pessoas.
Quantas crianças já sofreram sob essa tentativa cruel de extração de amor igual? Nós constantemente as expomos a esses conceitos desde o exato começo, presumindo que cada criança adicional vai “extrair” amor dos outros.

A maioria das crianças se sente secretamente menos amada por seus pais, projetando isso mais tarde sobre seus cônjuges e filhos, e dessa forma perpetuam a síndrome do amor comparativo no futuro sombrio.
Em cada vida, amamos algumas poucas pessoas – cada uma delas de uma maneira diferente.

Existem qualidades mescladas de amor tais como amor paterno e materno, amor fraterno, amor sexual e amor sagrado, que colore e propicia textura única aos nossos relacionamentos amorosos.

Cada um deles é uma mistura mágica de alquimia e não pode ser duplicado ou dividido de um para o outro.
Muitas dessas histórias bíblicas poderiam ser interpretadas não como deveríamos ter agido no que já foi supostamente
feito milhares de anos atrás, mas como pontos de referência esclarecedores na psique dos nossos ancestrais humanos; e como as leis do comportamento e estruturas da sociedade foram formadas dentro de incrementos coesivos de realidade por meio de histórias instrutivas passadas verbalmente e filtradas pelo grau de esclarecimento daqueles que as contam.

Se elas não tivessem sido apertadas pelas deficiências emocionais, mentais e espirituais de seus perpetradores, não estaríamos tão sobrecarregados com essas escolhas negativas e constritivas atualmente. Cabe a nós descobrirmos que existem outras soluções para os nossos dilemas – outras percepções que nos oferecem clareza e conhecimentos mais holográficos.

Esperançosamente, criamos além do problema, capacidades de solução de nossos antepassados.
Atualmente, os hospitais psiquiátricos estão repletos de pessoas que insistem em dizer que Deus fala com elas.

Se você pensasse que Deus está lhe pedindo para sacrificar o seu filho como prova de lealdade, eu posso lhe assegurar que você seria diagnosticado como doente mental e perigoso.

Como determinaríamos a validade de Deus falando com alguém nos dias atuais?
Por que acreditamos que apenas em tempos antigos Deus falava conosco?
É como se toda a autenticidade estivesse congelada em uma cápsula temporal de milhares de anos.

Talvez porque muito pouco tenha sido registrado e a cada “testamento” foi dado um voto de verdade simplesmente porque ele iludiu os véus do tempo.

Minha resposta à questão da autenticidade da voz de Deus seria que se você sentisse grandes energias de compaixão e unicidade durante a transmissão de uma mensagem, ouvisse palavras de amor e inspiração, você possivelmente estaria se conectando com a universalidade da Fonte de Deus.

Chris Griscom, em A Evolução de Deus. Editora Vida & Consciência, 2010.

2 comentários

  1. Olá!
    Achei seu blog excelente! Adorei os assuntos e a forma como você os aborda. Além de escrever bem, você tem muita sensibilidade na seleção dos posts. Foi um prazer conhecê-lo. Voltarei outras vezes!!!
    Namastê!
    Semíramis

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