Os ritmos da mudança

Há um ritmo no modo como a mudança ocorre. Com o passar dos anos, venho
tomando consciência desse ritmo, graças ao privilégio de participar dos “grupos” de
centenas de pessoas que enfrentaram seus desafios, muito embora as situações e as
particularidades sejam tão diferentes como são as próprias pessoas.

Quando entrei em sintonia com o ritmo da mudança, percebi que muitas
pessoas que vinham em busca da minha orientação pela primeira vez tinham vinte e
um, vinte e oito, trinta e cinco, quarenta e dois, quarenta e nove, cinqüenta e seis ou
sessenta e três anos de idade.

Com o tempo, percebi que se encontravam no primeiro estágio de um ciclo de sete anos.

Acabei constatando que as principais alterações em suas vidas anunciavam profundas modificações — casamentos, divórcios, mortes, nascimentos, mudanças na vida profissional — todas girando em torno do ano exato
de uma mudança de ciclo, poucos meses antes ou poucos meses depois. Quando não
havia coincidência, tratava-se de clientes que insistiam para que eu recebesse seus
filhos adolescentes, que tinham, em geral, a idade de 14 anos.

 No início, presumi que essa ocorrência estivesse em sincronia com as tarefas
de desenvolvimento biológico e psicológico pertinentes às várias faixas de idade. E, de
fato, acredito que haja alguma correlação aqui, certos impactos fortes que têm a ver
com o desejo que o indivíduo tem de se casar, com épocas propícias para promoções
na carreira, com o próprio fato de ficarmos mais velhos e com o envelhecimento e a
morte de nossos pais.

 Porém, é forçar demais a credibilidade fazer com que todas as mudanças que
eu observei se enquadrem nos modelos científicos. E esse ponto de vista não fazia
nenhum sentido quando um homem sofria um acidente de automóvel que o deixava
paralítico e mudava a sua vida exatamente aos trinta e cinco anos; ou quando morria
de repente a mãe de uma jovem mulher, na época em que esta completava vinte e
oito anos. Mas, por que não vinte e seis ou trinta? Por que o divórcio ocorreu
precisamente aos quarenta e dois? E por que a ação judicial aos cinqüenta e seis?

 Muitos cosmólogos do mundo todo sugerem que a criação ocorre em ciclos de
sete. No relato bíblico, Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo. Os
metafísicos diriam que o ciclo simboliza sete grandes períodos de tempo e apontariam
para versões correspondentes nas crenças zoroástricas e no xintoísmo japonês, no
hinduísmo e nos mitos de outras culturas espalhadas pelo mundo.

 Desde as manchas solares e os colapsos econômicos até a desova dos peixes
e as mudanças na moda, os grandes astrólogos raramente são surpreendidos com os
ciclos previsíveis de ação. Eles consultam o horóscopo de uma pessoa ou de todo um
país, assinalam as passagens cíclicas dos planetas pelos signos simbólicos do zodíaco conforme eles se sobrepõem, se opõem ou se complementam e indicam as prováveis e significativas épocas de mudança iminentes.Eles não sabem exatamente o que vai acontecer, mas podem revelar com sucesso que algo profundo vai
acontecer.

O universo é apenas isso — um universo — e nós estamos em compasso com
a energia que mantém tudo coeso. Temos influência sobre tudo o que acontece e
somos influenciados por tudo o que acontece.  Portanto, quer estejamos lidando com uma trama bastante complexa, na qual os movimentos da mudança podem durar toda uma vida, quer estejamos lidando com
um modelo mais superficial no qual os estágios de mudança devem ser inteiramente
elaborados do começo ao fim, no pequeno prazo de semanas ou meses estamos
sempre às voltas com muitas mudanças ao mesmo tempo.

Nossa vida é formada de ciclos, uns dentro dos outros — uns se completando rapidamente, outros se
desenvolvendo lentamente.

As 7 Etapas de Uma Transformação Consciente, p. 7.

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