Em uma de minhas preleções no Caxton Hall, em Londres, na Inglaterra, por ocasião daquela viagem sobre a qual acabei de escrever, falei sobre “A Surpreendente Lei do Amor”. Após a preleção, uma atriz veio conversar comigo e confidenciou-me que havia abandonado o palco por estar profundamente aborrecida com a pornografia empregada nas peças modernas. “Agora”, disse-me, “percebo a minha falta. Tenho também algo a dar. Venho-me deixando envenenar e fiquei profundamente ressentida com os editores por introduzirem expressões grosseiras em meu livro. Vou lá amanhã mostrar-lhes que o amor supera o medo, o ódio e o ressentimento”.
Estive em Londres apenas uma semana e antes de partir aquela atriz me telefonou para o hotel, em Bond Street, e disse-
me entre orgulhosa e alegre: “Assinei um contrato hoje! Durante duas horas, na noite passada, repeti alto para mim mesma: O amor divino inunda a minha alma: a seguir fui dormir possuída de um profundo sentimento de amor e boa vontade para com toda a humanidade”.
Essa atriz havia adquirido uma nova idéia do significado do amor e a introduzira com firmeza em sua mente, descobrindo que o amor divino dissolve tudo aquilo que se lhe opõe. O amor é o solvente universal. Ela compreendeu, durante a preleção, que a divulgação de uma notícia falsa a seu respeito, que a tinha particularmente enraivecido, não tinha o poder de magoá-la a não ser através do seu próprio pensamento; e abençoando aqueles que haviam produzido o mexerico absurdo, sentiu-se libertada.
ATUALMENTE SOU RICO
Falei para um pequeno grupo de pessoas, numa residência particular, em Munique, na Alemanha, sobre as leis da mente. Meu anfitrião era um homem ainda jovem, exímio professor de esqui nos Alpes. Por ocasião de uma de suas excursões como alpinista, uma de suas alunas – sua noiva – perdeu-se acidentalmente durante uma avalanche e foi posteriormente encontrada morta.
Após ter sido condenado em dois julgamentos, o professor foi finalmente absolvido de qualquer culpa em um terceiro
julgamento, ficando entretanto com um profundo sentimento de culpa e amargurado pelo remorso; e, mais do que tudo, se ressentia dos comentários desagradáveis da imprensa local.
Expliquei-lhe que não podia ser responsabilizado pelos atos dos outros ou pela desobediência voluntária deles às instruções relativas ao alpinismo. Disse-lhe também que certas pessoas possuem um desejo ou um complexo de morte e que inconscientemente procuram as coisas mais arriscadas, que podem ocasionar a sua destruição. As pessoas que se autodetestam são freqüentemente levadas a se embriagar até a morte ou a tomar uma dose excessiva de soporíferos ou qualquer outro veneno. Ele começou, então, a perceber que se estava martirizando desnecessariamente e que, ao invés disso, devia abençoar a moça, entregando-a à Fonte e, assim, libertando-a da mesma forma que a si próprio.
Fiz-lhe ver que todos nós estamos de passagem por este mundo terrestre e que é impossível ter uma mãe, um pai, uma
irmã, um irmão ou amar alguém indefinidamente. Todos têm um tempo de transição definido, de acordo com uma lei cósmica e universal que se aplica a todos os homens e mulheres do mundo.
Devemos, portanto, auscultar os sussurros e murmúrios de nossos corações e compreender que a passagem deste para um outro mundo faz parte da Fonte e que, em conseqüência, deve ser boa.
É negativo ter pensamentos mórbidos ou depressivos com relação às pessoas que nos são caras, pois essa atitude
negativa as mantém à distância. Devemos amá-las e deixá-las com seu Deus, sabendo que prosseguem em sua jornada sempre para a frente, para cima e na direção da Fonte. Ao pensarmos nelas, imaginemos que suas almas estejam inundadas com o amor da Fonte.
Ao terminar esta explicação, houve um fulgor de luz em seus olhos e exclamou: “Uma carga foi retirada da minha mente! Sinto-me livre e rico, hoje!”
UMA IDÉIA BEM RECEBIDA
Durante a visita que fiz ao Templo de Asclepíades, nas proximidades de Corinto, Grécia, ouvi, embevecido as explicações de nossa guia sobre as peregrinações feitas na antiguidade àquele santuário e como as pessoas eram ali curadas de todas as doenças. Ela frisou o fato de que a maioria dos peregrinos ficava praticamente curada antes da chegada ao templo em virtude da alta expectativa, da vívida imaginação e da crença cega que os dominava. Acrescentou ainda que, segundo os velhos arquivos, os sacerdotes ministravam drogas aos doentes e os faziam mergulhar
em profundo transe hipnótico, durante o qual lhes transmitiam a idéia de que seriam visitados pela Deusa e então curados. A pesquisa arqueológica revela que indubitavelmente muitas curas notáveis foram ali realizadas.
Ao interpelá-la sobre as técnicas utilizadas na antiguidade, verifiquei que estava completamente familiarizada com as
atividades do subconsciente ao dizer-me: “Sem dúvida, Dr. Murphy, todos os resultados que se verificavam no templo após o estado hipnótico eram devidos à firme crença daquelas pessoas de que ficariam curadas de qualquer enfermidade que tivessem, o que na realidade acontecia de acordo com a sua crença. Sua crença fervorosa ativava a corrente curativa do seu subconsciente, fato que atribuíam às várias deusas e também a Asclepíades, um de seus mais antigos deuses”.
Essa jovem guia possuía as riquezas da mente. Seu pai era inglês e sua mãe, grega; de forma que falava muito bem ambas as línguas. Disse-me ter nascido em um dos bairros mais pobres de Atenas e que às vezes deixava de ir à escola porque seus pais não tinham com que lhe comprar roupas. Rezava pedindo a Deus que lhe desse uma idéia e lhe dissesse como sair daquele estado precário, que lhe estava minando toda a esperança e causando aguda depressão mental.
A idéia lhe veio espontaneamente, praticamente do nada: ensinar a língua grega a crianças americanas! Dando-lhe
seguimento, procurou a esposa do executivo de uma companhia de petróleo e ofereceu-lhe os seus serviços. A mulher exclamou: “Isto é uma idéia magnífica!” E imediatamente a empregou com um salário bastante razoável. Mais tarde, essa mulher levou-a, durante as férias, aos Estados Unidos e a outros países, com todas as despesas pagas.
Atualmente, aquela jovem guia está financeiramente independente, mas ainda gosta de contar aos turistas a história da
Grécia antiga, dos seus templos monumentais, castelos medievais, ilhas pitorescas e locais sagrados da antiguidade. Ela não negligenciou a idéia que lhe ocorreu; muito pelo contrário, aceitou-a e a pôs imediatamente em execução, demonstrando que as idéias são os nossos mestres e os dirigentes do nosso destino na vida.
Leve sua idéia até o fim! Não diga: “Isto é muito bom para ser verdade”; ao contrário, exclame com convicção: “Esta idéia é bem vinda! Eu a aceito de todo o coração, pois ela virá a consumar-se de acordo com a vontade de Deus”.
A LUZ DISSIPA A ESCURIDÃO
Tive uma conversa muito interessante com um abade em um dos famosos mosteiros gregos. Disse-me ele que em sua opinião a passagem mais importante da Bíblia era aquela que dizia o seguinte: “Aquele que está em seu íntimo é maior do que aquele que se encontra no mundo”; e acrescentou: “A constatação de que no íntimo do meu ser se encontra Deus com Sua sabedoria e poder enche-me de confiança e convicção. Quando peço luz ou esclarecimento sobre o modo de resolver um problema, uma nova idéia se forma em meu íntimo, permitindo-me ver através do problema, pois a luz de Deus dissipa a escuridão da minha mente”.
Esse abade descobrira o segredo da vida e a fonte de todas as riquezas. Ao partir, disse-me: ”A realidade não é somente
aquilo que se vê objetivamente neste mundo fenomenista, mas também o que se pensa, sente, imagina e acredita”.
Tudo o que realmente disse é o que qualquer estudante da mente conhece; que a Causalidade Infinita está em nosso íntimo e não no mundo exterior que nos cerca. Lembre-se de que o Criador é maior que a Sua criação; que o pensador é maior que seus pensamentos e sentimentos; são eles que controlam o seu destino.
Sua imagem mental e seu sentido verdadeiro é “… a substância das coisas que se devem esperar, uma demonstração das coisas que não aparecem”. (Hebreus 11:1)
SÍNTESE DO CAPÍTULO III
Pontos a relembrar
1. Você está espiritualmente dotado para superar e vencer todos os problemas, obstáculos e dificuldades da vida.
2. O conhecimento pode pagar dividendos fabulosos. Por exemplo, o conhecimento de uma língua estrangeira pode abrir o caminho para a riqueza, viagens e emocionantes aventuras de todos os tipos.
3. Sua visão ou auto-apreciação mental ativa seu subconsciente e o induz a ser tudo aquilo que você imagina ser. A compulsão é a lei do subconsciente.
4. O conhecimento abre portas que lhe estavam anteriormente fechadas. Quando alguém diz que “não há solução”, a Sabedoria Infinita existente em seu íntimo proclama: “…pus diante de ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar”. (Apocalipse 3:8). Creia nesta orientação interior, que coisas maravilhosas lhe acontecerão quando você rezar.
5. Faça uma nova e brilhante apreciação de si mesmo. Sua nova autoconceituação lhe proporcionará novos contatos, promoções e riquezas imprevisíveis.
6. As ações dos outros não são da sua responsabilidade. Tudo que você deve às outras pessoas é amor e boa vontade; isto o absolve e liberta de qualquer sentimento de culpa.
7. Receba bem a nova idéia que surge em sua mente em resposta às suas orações e leve-as até o fim. Procure chegar a uma conclusão definitiva e demosntrar a si próprio que essa nova idéia pode proporcionar-lhe muitas riquezas.
8. Quando se sentir bloqueado, em dificuldades ou num dilema mental, procure encontrar uma nova compreensão da situação, ou seja, novas luzes ou esclarecimentos. Não se esqueça de que “Aquele que está em seu íntimo é maior do que o que se encontra neste mundo”. Creia nisto e um novo enfoque lhe ocorrerá, capacitando-o a vislumbrar a solução de todos os problemas.
Lembre-se de que a Luz (compreesão, visão, verdade, idéia nova) dissipa toda a escuridão. Deixe que a Luz Infinita se projete sobre você, que todas as sombras das dificuldades financeiras se dissiparão.
1001 Maneiras de Enriquecer, p. 32