Do hábito à escolha

Sempre temos o direito de escolher o que vamos fazer com qualquer desafio.
Sempre podemos recusar a lição. O desafio simplesmente voltará outra vez em nova embalagem. O Espírito é amorosamente paciente e impessoal; ele está interessado em nossa evolução na consciência, não em nosso conforto em cada época determinada.

Considere, por exemplo, o caso de uma mulher que acredita que só tem valor quando está se relacionando com um homem. Se em algum momento ela puder utilizar o desafio de outro amor decepcionante para examinar as crenças que tem a seu próprio respeito, pode romper o padrão. Caso contrário, fica presa à segunda fase da mudança — o desafio. Vai manter sua crença, vai ser desafiada, vai agüentar todos os distúrbios do desafio e depois recomeçar todo o processo.
Conheço mulheres na faixa dos cinqüenta anos que fazem a mesma imagem de si mesmas que tinham quando adolescentes, que não desenvolveram seus talentos e vivem com medo de envelhecer, totalmente inconscientes da riqueza ( seu ser), independentemente de quem está ou não está participando de sua vida. Muitas dessas mulheres viram-se ante o desafio proposto ao desempenho da mulher que está prevalecendo na nossa cultura hoje em dia. Suas lições individuais de alma fazem parte do desafio coletivo que está se manifestando.
Estar habituado a uma forma não é o mesmo que preferi-la. A mudança de hábito para a preferência é um conceito inteiramente explorado por Ken Keyei Jr., fundador do Cornucopia Center em A Handbook to Higher Conscious [Guia para uma Consciência Superior,  Editora Pensamento, São Paulo, 1990.]  Ele descobriu que, quando estamos presos a um hábito, achamos que não podemos passar sem aquilo a que estamos habituados. O mesmo acontece com o sentido do eu, daquele eu que pensamos que temos de ter para ser felizes. Quando mudamos do hábito para a preferência, percebemos que não temos de ter para ser felizes, mas que preferimos ter; a escolha é nossa.
A mulher que está habituada aos homens pode enfrentar o desafio, acha que é digna de estima independentemente de quem está, ou não, participando de sua vida.
Então ela pode decidir se prefere envolver-se nesse relacionamento, a diferença é a escolha; ela não está mais sendo arrastada pela mesma trilha muitas e muitas vezes.
Às vezes, a mudança nos diz: “Olha, essa velha idéia a respeito de quem você é, o mantém preso na armadilha. Agora é uma boa hora de acabar com ela.” No momento em que realmente ouvimos isso, descobrimos que há muitos sistemas em torno de nós para nos ajudar a ir além das formas. Os Alcoólatras Anônimos, os Filhos Adultos dos Alcoólatras atingem alto índice de sucesso em ouvir pessoas a lidar, não apenas com os problemas relacionados com o álcool, mas também com os problemas que resultam de qualquer família em desequilíbrio. Suas instruções em doze fases para a recuperação do vício começam, em primeiro lugar, por fazê-lo admitir que tem um problema.

A expansão de nossos mitos pessoais

Todos nós construímos mitos pessoais, geralmente durante muitas existências e, na medida em que acreditamos neles, eles dirigem nossas vidas. Mas quando é a hora de crescer para além desses mitos, chegam os desafios.
Num artigo da revista  ReVision, David Feinstein e Stanley Krippner dão a entender que os nossos mitos pessoais são o produto de quatro origens interagentes. A primeira é a biologia. Eles dizem que nossas crenças, tanto pessoais como culturais, terminam como símbolos e narrativas enraizadas na estrutura do cérebro. As informações e as atitudes são neuroquimicamente codificadas. Além disso, o temperamento e os hormônios também influenciam aquilo em que acreditamos. Em segundo lugar, nossos mitos pessoais são, numa certa medida, um microcosmo da mitologia de toda a nossa cultura. Eles dizem que a terceira fonte são os detalhes da nossa história pessoal. E, por último, o nosso mito pessoal assume sua configuração final como resultado de experiências transcendentes que englobam os episódios, os vislumbres, os sonhos e visões que inspiram e expandem nossa perspectiva. Eles salientam, e eu concordo, que, quando um mito pessoal está sendo transformado —seja individualmente, seja no âmbito da nação ou de toda uma espécie — essas mudanças tornam-se marcos da evolução da forma e da consciência humana (ou, nas palavras deles, “o calor da história humana”). Este é o ponto em que nos encontramos no nosso planeta.  O psicólogo e filósofo Rollo May diz que, quando um mito sobre nossa realidade não está mais funcionando para o nosso bem máximo, quando não está nos trazendo as experiências e o crescimento que nossas almas programaram, ele cria o “mitoclasmo”, e o mito, a forma, passa por um desafio.
Lembro-me de um jovem sincero que mal conseguia esperar para tornar-se ministro. Porém, seu primeiro ano de faculdade foi traumático, pois estava exposto a fatos e a uma lógica que nunca tinha encontrado na mitologia segura de sua família e da sua cultura local. Ele me disse que aquilo não era nada comparado com o choque da pós-graduação. Uma a uma, suas histórias infantis favoritas tiveram de ser sacrificadas no altar da verdade. Sua própria dedicação assegurou-lhe o grau de educação que o levaria a descobrir uma verdade mais rica. Não tivesse ele alimentado um desejo tão profundo, poderia ter encontrado uma escola muito menos desafiadora para si próprio.
Nós atraímos para nós mesmos aquilo que realmente queremos, não aquilo que achamos que queremos. Não é má idéia perguntarmos a nós mesmos de vez em quando: de quem é a verdade que estamos vivendo? De quem é o sonho que estamos
sonhando?

Kay Boyle disse certa vez: “Só há uma história importante, e é a história sobre aquilo em que você já acreditou e a história sobre aquilo em que acabou acreditando.”

Aproximadamente um ano depois, meu amigo perguntou ao pai de Holly como ela estava indo. “Oh, está ótima. Ela agiu de maneira estranha por algum tempo, mas agora é como se tivéssemos uma nova filha.” A vontade de Holly estava relacionada com o desenvolvimento biológico normal. A vontade da entidade que não deveria estar lá era muito forte e muito ligada a Holly. Ela não estava substituindo a vontade da criança, mas dominando o seu comportamento e confundindo-a. A entidade foi conduzida pelos seres angelicais à dimensão a que pertencia do ponto de vista cármico.

As 7 Etapas de Uma Transformação Consciente, p. 125

Foto: Koalazynmonkey

2 comentários

  1. Amo seu blog de paixão, e me ajuda muito. Gosto demais dos posts que me envia .
    Muita luz, paz e gratidão a uma pessoa linda de coração e alma que é você

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