A lagoa das rãs morfogenéticas

Toda vez que uma pessoa opta pela cooperação em vez da conquista, a sementeira de toda a nossa sociedade se torna mais fértil. Quando uma espécie está pronta para operar uma mudança evolucionária, ela desenvolve novos órgãos, elimina outros, acrescenta ou subtrai a cor, aprimora a força de suas asas ou pernas para fugir dos predadores — em essência, aquilo de que necessita para enfrentar as novas exigências do meio ambiente.

O modo como  isso é feito é explicado pelo botânico Rupert Sheldrake em sua teoria dos campos morfogenéticos. Segundo esta teoria, tudo o que está vivo, do átomo mais minúsculo ao maior planeta, é rodeado por um campo energético que impõe seu padrão exclusivo de ser. O dr. Sheldrake acredita que “as experiências acumuladas de uma espécie constituem um tipo de memória formadora”.
Quando a energia universal se derrama no campo da força energética de uma criatura viva, digamos uma rã, a padronização genética (memória) conserva a forma da rã. Qualquer mudança observável numa espécie leva muito tempo. Mesmo quando a evolução diz que é a época de mudar o arquétipo das rãs, nem todas as rãs mudam ao mesmo tempo. Porém, em algum momento, um novo padrão se introduz no mundo das rãs. Primeiramente, só poucas rãs demonstram as novas possibilidades, depois mais algumas. Quando um número considerável de rãs assimila o novo padrão, uma massa crítica se constrói até que — no salto de um quantum — todo o reino das rãs faça a mudança para o novo modelo. Estabelece-se então um novo tipo de memória.
Provavelmente, muitas rãs preferem os bons velhos tempos, mas elas não duram
muito na lagoa.
O mesmo acontece conosco como indivíduos. Quando estamos fazendo uma mudança na consciência coletiva, não é provável que todos cooperemos imediatamente, mesmo que saibamos que é a mudança certa. As idéias que temos a nosso próprio respeito possuem seus próprios campos de energia morfogenéticos.
Temos um modelo daquilo que é a realidade e esperamos que a energia de vida se derrame naquele molde familiar. Quando nos conscientizamos de uma nova idéia, temos de ser pacientes enquanto há resistência a essa idéia — afinal, um novo molde está sendo feito. Não há necessidade de tornar-nos pessoas perfeitas e íntegras para que a energia do novo conceito mude o padrão. Mas precisamos fazer uso da nossa vontade para afirmar com persistência a possibilidade da mudança.  Com os cientistas sociais, aprendemos que uma nova idéia considerada como radical, herética e até mesmo perigosa em seu começo acaba, no entanto, sendo bem semeada numa sociedade quando apenas cinco por cento da população aceitá-la; e que ela já estará a caminho de se realizar quando vinte por cento a aceitarem.
Contudo, entre cinco e vinte por cento há quinze pontos de porcentagem que pesam. É aí que encontramos resistência, com sua ambivalência e fatores de ponto morto, fervilhando numa intensidade febril. Ameaçada de morte, a antiga forma vai revidar.

As 7 Etapas de Uma Transformação Consciente, p. 144

Foto: Chiot’s Run

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