O domínio das ondas

Dezenas de ondas de rádio e de televisão estão passando através de nós agora mesmo. A razão pela qual não ouvimos a música ou a notícia é que não temos o nosso equipamento receptor interno ajustado para converter essas ondas de energia em padrões reconhecíveis. Contudo, uma pessoa mediunicamente treinada tem um equipamento receptor sintonizado com a informação que passa pelo éter.

O éter é o meio de conexão de toda a vida. Os pensamentos, as palavras, os símbolos, a história pessoal, os ideais, os sentimentos — tudo aquilo que somos — move-se para fora de nós em direção ao éter em forma de ondas. Crenças, emoções fortes, e até mesmo lembranças formam padrões nas ondas. Quando esses padrões encontram as crenças e emoções de outras pessoas, podem ocorrer várias coisas. Eles podem, como padrões de onda, entrosar-se e construir uma emoção ou crença mais forte, que é o modo como se fazem os acordos ou compromissos, ou então, eles se anulam uns aos outros ou produzem padrões contrastantes e oponentes.
Na maioria das vezes, estamos concentrados em nossas realidades físicas e desconhecemos — ou negamos — a existência dessas ondas que nos bombardeiam o tempo todo. Contudo, todos nós as sentimos e reagimos a elas, mesmo sem saber por quê.
Às vezes, quando o nosso vigia interior se descontrai, escolhemos mediunicamente uma dessas transmissões. Um acidente, o nascimento de um filho, uma cirurgia, uma experiência que nos aproxima da morte ou uma ameaça ao ser amado pode, num segundo, explodir o senso habitual de realidade de uma pessoa. As pessoas com extraordinário Psi Q podem escolher essas transmissões quase no momento em que elas começam a agitar o éter. Elas conseguem ver, sentir ou às vezes “ler” os padrões de onda. Algumas pessoas conseguem predizer com uma acuidade fantástica — embora ninguém pareça ser capaz disso o tempo todo —  a provável manifestação do padrão.
Conheço um rapaz que nunca tinha tido uma experiência mediúnica até se machucar num jogo de basquete e ver-se flutuando no alto do ginásio, olhando para o seu corpo lá embaixo; uma mulher que foi capaz de citar ao pé da letra conversas que ocorreram enquanto estava sendo operada; muitas pessoas que se sentiram “vivas e saudáveis”, embora os médicos as tivessem declarado mortas por alguns minutos; e um grande número de pais “não-médiuns” que, de repente, tiveram a consciência acurada de que seus filhos estavam em perigo.
Quando a evolução nos pressiona para compreendermos mais a respeito de nosso potencial, temos a impressão de estar de pé à beira de nossos preconceitos e idéias enraizadas sobre o modo como o mundo funciona. Podemos aprender muito usando o conselho de T. H. Huxley: “Sente-se diante dos fatos como uma criancinha e esteja preparado para abandonar todo conceito preconcebido. Siga humildemente para qualquer lugar ou para quaisquer abismos aos quais a Natureza o conduzir ou então não aprenderá nada.”
A busca do Psi Q está bem aí nesse limite. O iogue capaz de controlar as próprias batidas do coração; a criança capaz de entortar o metal com o pensamento; a mulher capaz de sair do corpo quando quer; a pessoa com o dom da cura, capaz de afetar as moléculas contidas numa câmara escura supostamente impenetrável; o homem que, com uma vara, consegue localizar água — essas pessoas e muitas outras estão nos levando a uma compreensão das possibilidades existentes dentro de nós que nem podiam ser imaginadas uma ou duas gerações antes da nossa. O próximo passo é descobrir como essas coisas acontecem e então aproveitar e ensinar as técnicas.
A última parte do século XX provavelmente será reconhecida, em retrospecto, tanto pela sua exploração do potencial humano como colocar bibliotecas inteiras dentro de um  microchip ou colocar naves no espaço. Estamos nos expandindo, acelerando-nos e nos movendo através de disciplinas — da pesquisa sobre o cérebro e a mente até a física da consciência. Não está longe o dia em que teremos os instrumentos adequados para medir a aura humana e para ver os bloqueios de energia no corpo antes que se transformem em doença.
Nesse meio tempo, a visão de auras e todas as expressões do  Psi Q apresentam um grande desafio nos laboratórios científicos. Os fenômenos mediúnicos, enganosos, do tipo uma hora funcionam outra hora não, são freqüentemente resistentes à previsibilidade ou à repetibilidade sob os métodos comuns empírico-científicos. Talvez não tenhamos sido capazes de obter as respostas corretas porque ainda não fizemos as perguntas corretas.
Einstein disse, certa vez: “A mera formulação de um problema é muito mais essencial do que a sua solução, que pode ser meramente um sinal de capacidade matemática ou experimental. Levantar novas questões, novas possibilidades, encarar os velhos problemas sob um novo ângulo é algo que requer imaginação criativa e faz verdadeiros avanços na ciência.”
Um dos desafios na investigação do Psi Q é que ele funciona melhor quando é estimulado pela motivação. Eu me lembro como fiquei logo entediada quando participei de experiências relativas à percepção extra-sensorial na faculdade. Depois que o meu ego foi satisfeito e depois que a minha curiosidade foi atendida, eu realmente não me preocupei mais com o que viria depois. Nunca me cansei de aplicar isso às pessoas. Lembro-me de ter assistido à conferência de uma famosa médium que era capaz de entortar raios  laser. Ela desistiu de fazer testes científicos, apesar dos resultados incríveis, porque, como ela disse, “Fiquei imaginando o que, afinal de contas, as pessoas poderiam fazer com um raio laser entortado”.
Conheço um homem famoso no mundo todo pelo seu trabalho mediúnico bem-sucedido junto aos departamentos de polícia de muitos países. Mas ele falhou inteiramente em demonstrar capacidades mediúnicas num ambiente de laboratório. Sem o estímulo humano, seu Psi Q não operava. Outra razão pela qual o Psi Q é um desafio no laboratório é que as pessoas têm a tendência de se esforçar demais ou de, emocionalmente, investir muito nos resultados. A exatidão mediúnica geralmente diminui quando cresce a expectativa emocional.
O físico dr. Russell Targ projetou e orientou experiências de “visão remota” de Ver à distância — e testes nacionais sobre percepção extra-sensorial como parte de um programa multimilionário de pesquisas financiado pelo governo. No  BrainIMind Bulletin [Boletim Cérebro/Mente], ele aconselhou os participantes a não se empenharem demais, porque provavelmente obteriam melhores resultados se não o fizessem. Ele disse o seguinte: “Um estado de espírito brincalhão tem sido há muito tempo associado ao sucesso na mediunidade.” O dr. Targ dizia: “Na astronomia, você só consegue ver a estrela mais fraca com a vista desviada. Se você tentar olhar diretamente para ela, não poderá vê-la. A percepção extra-sensorial também parece funcionar assim.” As pessoas que utilizam regularmente as energias mediúnicas sabem quanto é verdadeira essa afirmação. As impressões mediúnicas podem muito bem ser como imagens oníricas que você tenta relembrar. Uma pode estar vividamente impressa, e você pode solicitá-la quando quiser. Mas muitas imagens desaparecem como fumaça quando você tenta alcançá-las.
As capacidades Psi Q têm tanto que ver com evolução espiritual quanto o QI. Elas não são morais nem imorais. Elas simplesmente são. Uma pessoa pode ter uma voz altamente treinada e utilizá-la para conferir beleza ao mundo — ou decidir cantar canções pornográficas. A energia nuclear pode iluminar o planeta ou explodi-lo. É sempre a consciência que utiliza o recurso que torna a aplicação construtiva ou destrutiva.
Eu me identifico como médium tanto quanto me identifico como uma inteligência, um corpo ou algum outro meio do qual posso fazer uso. Eu simplesmente uso a minha capacidade mediúnica como qualquer outra capacidade. Não importa que recursos tenhamos — inteligência, dinheiro, posição, talento — nós decidimos a que fim isso vai se destinar.

As 7 Etapas de Uma Transformação Consciente, p. 167

Foto: Beverly & Pack

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